9, novembro, 2010.
Vivia no deserto da Tebaida um velho monge por cujos conselhos se moviam de longes terras os mais avisados peregrinos.
Um dia, vindo de país longínquo, bateu à humilde casa de sua moradia, aos primeiros alvores da manhã, um frade, moço e forte, que lhe disse:
- Irmão, venho pedir-te, em nome de Deus, que me ensineis a fugir às tentações.
Respondeu o venerável monge:
- Outro pedido te farei. Ajuda-me um pouco hoje, e amanhã te ensinarei, pela graça de Deus, o que desejas.
Assim ajustaram.
Vinha rompendo o dia. Entregaram-se ambos à faina de remover a terra. O monge cantava e o frade pôs-se a fazer o mesmo. Tomaram uma refeição. Era frugal. O frade achou-a saborosa. Retornaram, depois, a tarefa e amainaram a terra até o pôr do sol. Jantaram. Terminada a refeição fizeram um pequeno passeio. A seguir oraram juntos, estudaram as Escrituras e deitaram-se depois a dormir.
Pela manhã, perguntou o monge ao seu hóspede:
- Irmão, queres ainda saber como afastar as tentações?
- Não – respondeu-lhe o frade. – Bastante tenho aprendido, mestre.
E, beijando-o respeitosamente, partiu.
Tinha obtido o remédio para afastar todas as tentações: a oração e o trabalho.
A oração é uma das expressões mais íntimas e delicadas da vida piedosa.
(Fonte: “Lendas do Céu e da Terra” – Malba Tahan)
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